Olá pessoas, desculpem o meu chá de sumiço mas o curso me tirou todo tempo restante para dedicar a vocês. Felizmente, a dedicada redatora, Anne Carolina, não parou e não deixou isso aqui morrer, só tenho a agradecer (ela e aos leitores).

Entraremos com uma noção que nem sempre é bem dominada no ensino médio e que dificulta a vida de muita gente em concursos e até nos decorrer da carruagem na faculdade em cursos de exatas e nas áreas correlatas (tecnológicas).

Então temos que ter cuidado ao falar de “lógica” e de “lógica matemática”, são coisas parecidas mas a lógica em si é um conceito filosófico/meta-físico muito mais amplo que a lógica aristotélica pode conter.

Eu espero que todos aqui conheçam a definição de conjunto e suas relações e operações (reunião ou união, intersecção ou interseção). Então, caso não conheça procure nosso post sobre conjuntos e se atualize, só aí volte, caso seja pró, continue.

Linguagem básica

Por ser uma ciência “exata”, a matemática, requer uma linguagem que não apresente ambiguidade ou imprecisões. Para tanto, faz-se uso da linguagem proposicional, que é fundamentada numa teoria chamada Lógica. Essa linguagem será utilizada daqui para frente e muitas vezes (quase sempre) para pessoas que pretendem seguir a área.

Implicações e Recíprocas

As proposições nessa linguagem são do tipo “Se P, então, Q”, em que P e Q são sentenças. Nesse caso, a sentença P é a hipótese e Q é a tese. Substituindo P e Q por “valores” teríamos um exemplo:

Se um triângulo é isósceles, então dois dos seus ângulos são congruentes.

Assim, feita a hipótese de um triângulo ser isósceles, conclui-se a tese, isto é, que dois de seus ângulos são congruentes.
Proposições desse tipo podem ser enunciadas simbolicamente por

P ⇒ Q.

O símbolo (⇒) significa implica, isto é, P ⇒ Q significa que Q é uma consequência de P e, portanto, tem o mesmo significado de “se P, então, Q”.

Essa proposição nos permite ser escrita de outro modo, este seria:

Um triângulo é isósceles, se, somente se, dois de seus ângulos são congruentes.

Essa expressão nos diz que se um triângulo não possui dois ângulos congruentes, então ele não pode ser isósceles, isto é, ter (pelo menos) dois ângulos congruentes é uma condição necessária para que ele seja isósceles. Assim concluímos que para que ele tenha dois lados congruentes, basta ele ser isósceles. isto é, ser isósceles é uma condição suficiente para que dois ângulos de um triângulo sejam congruentes.

Em suma, as proposições
a) se P , então, Q;
b) P ⇒ Q;
c) Q ⇐ P ;
d) Q, se P ;
e) P , somente se Q;
f) Q é condição necessária para P ;
g) P é condição suficiente para Q
têm o mesmo significado.

Vejamos um outro exemplo. A proposição “todo ser humano é mortal”, pode ser enunciada em linguagem matemática das seguintes formas:

a) se x é ser humano, então, x é mortal;
b) x é ser humano ⇒ x é mortal;
c) x é mortal ⇐ x é ser humano;
d) x é mortal, se x é ser humano;
e) uma condição necessária para que x seja humano é a de que x seja mortal;
f) uma condição suficiente para que x seja mortal é a de que x seja humano.

A recíproca de uma proposição P ⇒ Q é, por definição, a proposição dada por Q⇒P. Observemos que, independentemente do fato de P ⇒ Q ser verdadeira ou falsa, sua recíproca, Q ⇒ P, pode ser ou não uma proposição verdadeira.

Quando temos que a proposição e sua recíproca são verdadeiras, podemos representar pelo símbolo ⇔ (se, somente se,). Um exemplo, seria:

x é triângulo isósceles ⇔ dois dos ângulos de x são congruentes.

Quantificadores – negações

As sentenças matemáticas, em geral, envolvem variáveis que são quantificadas. Por exemplo, na proposição “dados dois pontos distintos, existe uma única reta que os contém”, a variável foi quantificada pela expressão existe uma única.

Expressões desse tipo são chamadas de quantificadores. Estes são

  1. existe x;
  2. existe um x;
  3. existe um único x;
  4. para todo x;
  5. qualquer que seja x.

Convém observar que as sentenças (1) e (2) anteriores têm o mesmo significado, pois o artigo “um” em (2) tem o sentido de “algum”. Quando se deseja enunciar a unicidade de x com respeito a uma propriedade qualquer, deve-se fazê-lo explicitamente, como no caso de (3). As sentenças (4) e (5), claramente, têm o mesmo significado.

Em sentenças desse tipo, podem-se usar os símbolos:

  1. ∃ – existe, existe um;
  2. ∃! – existe um único;
  3. ∀ – para todo, qualquer que seja.

Vejamos um exemplo:

Dado um segmento de reta AB , obtêm-se facilmente, triângulos isósceles cuja base é AB. Usando-se quantificadores, podemos dizer isso das seguintes maneiras:

  1. para todo segmento de reta AB existe um triângulo isósceles cuja base é AB ;
  2. para todo segmento de reta AB existe um ponto C , tal que ABC é um triângulo isósceles de base AB ;
  3. ∀AB , ∃C , tal que ABC é um triângulo isósceles de base AB .

Note que, em (1) e (2), pode-se ainda substituir a expressão “para todo” por “qualquer
que seja”.
Uma proposição clássica da geometria euclidiana estabelece que três pontos não colineares determinam uma circunferência. Esse fato pode ser enunciado também como:

  1. quaisquer que sejam os pontos não colineares A, B, C , existe uma única circunferência γ que contém A , B e C ;
  2. ∀ A, B, C não colineares, ∃! γ , tal que γ é uma circunferência e A, B, C ∈ γ .

Mas nem só de proposições verdadeiras vivem os matemáticos, ao longo de certas argumentações é preciso negar certas afirmações. Nesse contexto, a negação de “todo triângulo é isósceles”, é “existe um triângulo que não é isósceles”, e não “nenhum triângulo é isósceles”, isto é, para negarmos o fato de que todos os triângulos são isósceles, basta exibirmos um que não o seja.

Dessa forma, a negação de uma sentença do tipo “para todo x ∈ A , x tem a propriedade P” é “existe um x ∈ A , tal que x não tem a propriedade P ”, e vice-versa. A negação de uma sentença S é denotada por ∼ S [lê-se não S].

Exemplo:

Vamos negar a proposição (um famoso axioma da geometria euclidiana):

Dados dois pontos distintos A e B, existe uma única reta l que os contém.

observemos que há duas formas de contrariá-la. Uma seria obter um par de pontos A, B , tais que nenhuma reta os contenha; outra seria obter A, B, tais que mais de uma reta os contenha, isto é, a negação da sentença “existe um único x com a propriedade P” é “não existe x com a propriedade P” ou “existe mais de um x com a propriedade P”. Assim, a negação ficaria

~P = Existem pontos distintos A, B , tais que reta alguma os contém ou existem pontos distintos A, B , tais que mais de uma reta os contém.

Bem, finalizamos a introdução por aqui.

Depois trarei mais material sobre esse assunto tão complexo e utilizado hoje em dia.

Bibliografia

Disciplina: Pré-Cálculo

Introdução à linguagem matemática

Autores: Rubens Leão de Andrade, Ronaldo Freire de Lima

– A Expansão Marítima –

Publicado: agosto 28, 2012 por ' Carolina Araújo em ' Ciências Humanas E Suas Tecnologias., História

Embora o imaginário da época atribuísse ao Oceano Atlântico toda sorte de monstros e lendas, os europeus, entre os séculos XV e XVI, venceram o medo e lançaram-se ao mar num processo que ficou conhecido como expansão marítima ou Grandes Navegações. No início da Era Moderna, uma série de transformações e acontecimentos criou um cenário que impulsionou as chamadas Grandes Navegações. Entre os fatores que contribuíram para o expansionismo marítimo, destacam-se :

As Especiarias : Artigos de luxo, como gengibre, pimenta, marfim, sedas chinesas, canela, dentre outros, eram bastante apreciados pela elite europeia. As cidades de Gênova e Veneza, na Península Itálica, detinham o monopólio de comercialização das chamadas especiarias orientais, tornando o preço desses produtos ainda mais elevados no continente. Buscando um caminho alternativo para as Índias (Oriente) , onde poderiam comprar as especiarias sem o intercâmbio dos mercadores italianos, portugueses e espanhóis deram início à expansão.

Busca Por Metais Preciosos : Tais produtos eram pagos com os metais (ouro e prata) e pedras preciosas, porém, as reservas europeias davam sinais de esgotamento, no século XIV, provocando a diminuição de moedas em circulação. Estas eram fundamentais à compra das mercadorias e ao fortalecimento dos Estados Nacionais – para a manutenção da burocracia estatal e do exército permanente. Dessa forma, a busca por novas fontes desses metais esteve presente nas embarcações que empreederam as Grandes Navegações.

A Difusão Da Fé : Instituição mais poderosa do período medieval, a Igreja Católica sofreu fortes críticas provenientes dos pensadores renascentistas e da Reforma – esta última responsável por quebrar o monopólio católico na cristandade europeia. Em virtude do rápido avanço das doutrinas dos reformadores – chamados de protestantes – , a Igreja reagiu com um movimento denominado de Contra-Reforma, objetivando deter a expansão do protestantismo e a reafirmação da doutrina católica. Nessa conjuntura, as Grandes Navegações abriram caminho para a conversão de novos fiéis para o catolicismo.

Novas Tecnologias Náuticas : A expansão marítima foi um enorme empreendimento, uma vez que os europeus, naquele momento, pouco sabiam a respeito dos oceanos e da geografia terrestre. O desenvolvimento e aperfeiçoamento de instrumentos de localização, como o quadrante, o astrolábio e a bússola, e de embarcações (a caravela, por exemplo) permitiram a navegação em alto-mar. Os receios quanto aos perigos dos mares não impediram que portugueses e espanhóis, no raiar dos tempos modernos, procurassem novas rotas para as Índias, visando à ampliação do comércio das especiarias, à obtenção de riquezas e à propagação do cristianismo. Antes de finalmente chegarem ao Oriente por um caminho diferente, os europeus, descobriram um mundo novo, a América, onde os objetivos que impeliram a expansão marítima foram alcançados

2. AS CARACTERÍSTICAS DAS COLONIZAÇÕES ESPANHOLA E PORTUGUESA NA AMÉRICA

Portugal foi o pioneiro no processo expansionista marítimo, chegando às Índias em 1498, depois de contornar o continente africando e alcançar o Oceano Índico. Antes disso, em 1492, a Espanha patrocinou o navegador Cristóvão Colombo no seu projeto de navegar pelo Ocidente para atingir o Oriente, em vez disso, ele desembarcou em terras desconhecidas, que mais tarde receberiam o nome de América. Em 1494, o Tratado de Tordesilhas repartiu o novo continente entre aqueles dois reinos ibéricos.

Dentro da política mercantilista, a função de uma colônia era gerar riquezas para a sua metrópole, fortalecendo dessa maneira o Estado. Por meio de um pacto de exclusividade, as colônias deveriam comercializar unicamente com a respectiva metrópole, da qual compravam mercadorias variadas, além de fornecer produtos cujo comércio na Europa poderia render vultosos lucros.

A forma como cada Coroa procedeu na explooração e administração das possessões coloniais variou. Vejamos as características da colonização empreendida pela Espanha e por Portugal em seus domínios na América.

 

CARACTERÍSTICAS

COLONIZAÇÃO ESPANHOLA

COLONIZAÇÃO PORTUGUESA

– Administração

Descentralização

Centralização

– Mão de Obra

Indígena (por meio da encomienda e mita)

Africanos (escravidão)

– Atividade Econômica Inicial

Mineração

Agricultura

O Brasil é aclamado no mundo inteiro por suas belezas naturais e por sua grande diversidade cultural. Vários povos, ao longo da história brasileira, contribuíram para a formação étnico-cultural do nosso país. Elementos das culturas europeia, indígena e africana encontraram-se e mesclaram-se num processo de miscigenação (mistura de diversos elementos culturais em relações inter-raciais) , do qual resultou a diversificada base cultural do povo brasileiro.

1.1 A Cultura Européia

Com a superioridade militar, na América portuguesa, o português conquistador e colonizador soube estender a dominação do homem branco sobre as populações nativas e, ainda no século do descobrimento, sobre os imigrantes forçados que chegavam da África, os escravos negros. Em seu território do Novo Mundo, os lusitanos transplantaram ou adaptaram a organização socioeconômica e cultural do reino : aparelho administrativo, sistema econômico, costumes, vestimentas, construção e arranjo da casa. Além disso, a religião cristã e o idioma dos portugueses impuseram-se sobre a diversidade religiosa e linguista dos povos dominados.

1.2 A Contribuição Indígena

Quando, em meados de Abril de 1500, os portugueses aportaram em terras americanas – que futuramente dariam origem ao Brasil – , aquele território desconhecido já era habitado por uma gente, indistintamente, chamada de índios pelos europeus. Iguais e, ao mesmo tempo, diferentes aos portugueses, os indígenas possuíam grande diversidade cultural, que, com o avanço da colonização, foi sendo reduzida devido à ação de diversos fatores (como o extermínio dos nativos, a catequese e o processo de aculturação dos indígenas) . Apesar disso, muitos elementos da cultura indígena permanecem vivos até hoje em nossa sociedade : na culinária ; no vocabulário ; no nosso folclore com lendas e mitos ; em hábitos como dormir em rede ou o gosto por tomar banho.

1.3 O Legado Vindo Da África

Desde o século XV, Portugal utilizava escravos africanos nas lavouras de cana de açúcar na ilha da Madeira, sendo tal modelo implantado na colonização do Brasil. Compulsoriamente arrancado de suas terras, o cativo negro era obrigado ao batismo e à adoção de um nome cristão, renegando suas crenças e cultura anteriores. No entanto, os africanos encontraram formas de resistência à dominação européia, fornecendo significativas contribuições à constituição sociocultural brasileira, como na culinária, na introdução de vocábulos, na religiosidade, nas manifestações artísticas (dança, música e instrumentos musicais) .

2. O QUE É PATRIMÔNIO CULTURAL ?

Na Roma Antiga, o termo patrimônio (patrimonium) era empregado para designar as propriedades herdadas do pai ou dos antepassados. Hoje ele ainda conserva o sentido de herança, mas diz respeito a uma variedade grande de bens deixados por indivíduos, instituições e sociedades para as gerações futuras. A Constituição brasileira de 1988 estabeleceu que o patrimônio do Brasil é constituído pelos bens materiais e bens imateriais, os quais se referem à identidade, à ação e à memória de diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

Concebido dessa forma, o patrimônio brasileiro abrange tanto formas de expressão da chamada cultura erudita – um saber institucionalizado, produzido em academias, bibliotecas, conservatórios de música, etc. – quanto da cultura popular (produto de um saber não institucionalizado, isto é, daquilo que não se aprende em colégios ou academias) , abarcando e valorizando a enorme diversidade étnico-cultural do Brasil.

2.1 Cultura Material

Compreende a parte concreta, física do patrimônio cultural, isto é, tudo aquilo fabricado ou modificado pela ação humana. Expressa, portanto, o grau de tecnologia, as técnicas, normas e costumes que determinam a confecção/criação de um dado objeto pelo homem. Obras arquitetônicas, sítios urbanos, pinturas, paisagens, arte sacra, artefatos líticos, vestígios arqueológicos, por exemplo, enquadram-se nessa categoria.

2.2 Cultura Imaterial

O patrimônio cultural de um povo não é composto apenas por obras da cultura material, isto é, daqueles elementos tangíveis, palpáveis, físicos. Ele também representa formas de expressão de um grupo (manifestações musicais, literárias, lúdicas) saberes e modos de fazer (práticas) , lugares (mercados, santuários, por exemplo) e celebrações (rituais e festas) . Transmitida oral e gestualmente de geração para geração, essa porção intangível da cultura humana recebe o nome de cultura imaterial. Na lista de bens imateriais registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, figuram : O ofício das Baianas de Acarajé, o toque dos Sinos em Minas Gerais, o samba de roda Recôncavo Baiano, a eira de Caruarú, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré e a Festa de Sant’Ana de Caicó.

– Localização Espacial –

Publicado: agosto 27, 2012 por ' Carolina Araújo em ' Ciências Humanas E Suas Tecnologias., Geografia

1. ORIENTAÇÃO

Norte : Boreal ou Setentrional (N)

Sul : Austral ou Meridional (S)

Leste : Oriente ou Nascente (L ou E)

Oeste : Ocidente ou Poente (O ou W)

Além dos pontos cardeais, pode-se precisar o direcionamento através dos pontos colaterais e ainda dos sub-colaterais, mostrdos na Rosa dos Ventos, figura base das bússolas.

2. MOVIMENTO DA TERRA

O Movimento de Translação, realizado pela terra ao redor do sol tem a duração aproximada de 365 dias e 6 horas. Esse movimento, junto com a inclinação do eixo do Planeta – 23º 27’ 30’ em relação ao plano de sua órbita ao redor do sol – , resulta na ocorrência das estações do ano :

Aproximadamente no dia 21 de Junho tem início o Verão no Hemisfério Norte e o Inverno no Hemisfério Sul. Próximo do dia 21 de Dezembro, a situação é invertida – começa o Inverno no Hemisfério Norte e o Verão no Hemisfério Sul.

No início do Verão / Inverno verifica-se o fenômeno do Solstíco, quando os raios solares incidem perpendicularmente em relação aos Trópicos.

Aproximadamente no dia 21 de Março tem início a Primavera no Hemisfério Norte e o Outono no Hemisfério Sul, enquanto em torno do dia 23 de Setembro inicia-se o Outono no Hemisfério Norte e a Primavera no Hemisfério Sul.

No início do Outono / Primavera verifica-se o fenômeno do Equinócio, quando os raios solares incidem perpendicularmente em relação a Linha do Equador.

Além do Movimento de Rotação, a terra realiza o movimento de rotação caracterizado pelo giro do planeta ao redor do seu próprio eixo, de Oeste para Leste. Com duração aproximada de 24 horas, é responsável pelos dias e pelas noites.

– Introdução À Geografia –

Publicado: agosto 27, 2012 por ' Carolina Araújo em ' Ciências Humanas E Suas Tecnologias., Geografia

Na Grécia Antiga, descrever territórios, paisagens e povos, significava fazer geografia. Só a partir do século XIX, é que a geografia assumiu status de ciência, com a sistematização do conhecimento e introdução de princípios científicos. A evolução industrial, que teve início na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, expandiu-se pela Europa e impulsionou o desenvolvimento científico, principalmente na Alemanha e na França.

Nesse período, surgiram duas escolas geográficas que procuravam legitimar as práticas dos Estados a quem serviam : a Escola Alemã e a Escola Francesa, tendo como principais expoentes Friedrich Ratzel, pela Escola Alemã, e Vidal de La Blache, pela Escola Francesa. Ratzel, influenciado pelos naturalistas alemães Humboldt e Ritter, adotou um poderoso discurso geográfico relacionando Estado e território.

As ideias de Ratzel, sentetizadas na expressão “Espaço é poder” , influenciaram a Geopolítica Alemã do Século XIX e início do Século XX. Denominada de Doutrina do Determinismo Geográfico, adotando a concepção de que a natureza determina o homem e, para alguns, a própria história, inclusive, na visão de alguns cientistas políticos, esses fundametos foram utilizados por Hitler, para justificar suas ideaias expansionistas.

La Blache defendia uma geografia essencialmente científica, sem conotação política, em que um Estado deve planejar o uso do território conspirando suas características naturais e humanas. Para La Blache o ser humano é ativo, ou seja, sofre a influência do meio, porém atua de maneira intensa sobre ele, modificando-o. Essa corrente geográfica foi denominada de Escola Possibilista Francesa.

Ao longo do século XX a visão científica geográfica foi ampliada, objeto e objetivos da geografia ganharam novas abordagens, de acordo com o contexto hstórico e a visão ideológica dos estudiosos. Na década de 1970, a ciência geográfica vivenciou profundas transformações anto na teoria como no método. Na Europa desenvolveu-se a chamada Geografia Crítica, fortemente influenciada pelo ideário de esquerda, tendo como maior expoente o geógrafo francês Yves Lacoste. Nos EUA, a geografia sofreu influência de ideias pragmáticas, técnicas, traduzidas no que ficou conhecido como Geografia Quantitativa.

Atualmente, em virtude das muitas aterações políticas e ideológicas sofridas no mundo, nos últimos anos, muitos geógrafos afirmam que não existe uma só geografia, mas várias, incitando polêmicas nesse campo do conhecimento. Pode-se dizer que a geografia é uma ciência que tem como objeto de estudo o espaço geográfico em suas diversas escalas, espaço resultante das contraditórias relações entre sociedade e natureza.

Para melhor compreensão da complexidade das relações presentes no espaço geográfico, é importante destacar três conceitos fundamentais :

Paisagem : Segundo G. Bertrand, “Não é a simples adição de alimentos geográficos dipares. É, em determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável em perpétua evolução.” – Paisagem é a porção visualizável do espaço, constituída por elementos naturais e/ou artificiais (aspectos visíveis do real).

Lugar : Uma porção do espaço adequado para a vida de um grupo de seres humanos. Local reconhecido por esses e que faz parte da identidade dos habitantes. É o espaço com o qual mantemos laços de afetividade.

Território : Conceito relacionado à política. Trata-se de uma porção do espaço definido pelas reações de poder, ou seja, trata-se de uma área deimitada por fronteiras políticas e que está submetida a um poder político.

– Dicas De Inglês –

Publicado: agosto 24, 2012 por ' Carolina Araújo em ' Linguagens, Códigos E Suas Tecnologias E Redação, Inglês

1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

O exercício de leitura em inglês deve iniciar a partir de textos com vocabulário reduzido, de preferência com uso moderado de expressões idiomáticas, regionalismos, e palavras “difíceis” (de rara ocorrência). Proximidade ao nível de conhecimento é uma condição importante.

Outro aspecto, também importante, é o grau de atratividade do texto. O assunto, se possível, deve ser de alto interesse ao leitor. A atenção deve concentrar-se na ideia central, mesmo que os detalhes se percam, deve-se evitar a prática da tradução. O leitor deve habituar-se a buscar identificar sempre em primeiro lugar os elementos essenciais da oração, ou seja, sujeito, verbo e complemento.

Find the main elements of the sentence : subject and verb.

Procure identificar os elementos essenciais da oração : sujeito e o verbo.

O português se caracteriza por uma certa flexibilidade com relação ao sujeito. Existem as figuras gramaticais do sujeito oculto, indeterminado e inexistente, para justificar a ausência do sujeito. Mesmo quando não ausente, o sujeito frequentemente aparece depois do verbo, e às vezes até no fim da frase.

O inglês é mais rígido nesse aspecto : praticamente não existem frases sem sujeito, e nas frases afirmativas ele aparece normalmente antes do verbo. Pode-se dizer que o pensamento em inglês se estrutura a partir de um sujeito ; em seguida vêm o verbo, o complemento, e os adjuntos adverbiais. Para uma boa interpretação de textos em inglês, não adianta saber o vocabulário apenas ; é preciso compreender a estrutura, e para isso é de fundamental importância a identificação do verbo e do sujeito.

Don’t stumble on word strings : read backwards.

Não se atrapalhe com os substantivos em cadeia. Leia-os de trás para frente.

A ordem normal em português é substantivo – adjetivo (Ex .: casa grande) , enquanto que em inglês é o inverso (Ex .: big house) . Além disto, qualquer substantivo em inglês é potencialmente também um adjetivo, podendo ser usado como tal. (Ex .: brick house = casa de tijolos ; vocabulary comprehension test = teste de compreensão do vocabulário) . Sempre que o você se defrontar com um aparente conjunto de substantivos enfileirados, deve lê-los de trás para diante intercalando a preposição “de” no meio.

Be careful with the suffix …ing.

Cuidado com o sufixo …ing.

O leitor principalmente tende a interpretar o sufixo …ing unicamente como gerúndio, quando na maioria das vezes ele aparece como forma substantivada de verbo ou ainda como adjetivo. Se a palavra terminada em …ing for um substantivo, poderá figurar na frase como sujeito, enquanto que se for um verbo no gerúndio, jamais poderá ser interpretado como sujeito nem como complemento. Este é um detalhe que muito frequentemente compromete seriamente o entendimento. Gerund – Ex .: We are planning to … What are you doing? …ing noun.

Ex .: He likes fishing and camping, and hates accounting. This apartment building is new. Adjective – Ex .: He likes fishing and camping, and hates accounting. This apartment building is new. Adjective – Ex .: This is interesting and excting to me. That was a frightening explosion.

Don’t get thrown off by prepositional verbs.

Não se deixe enganar pelos verbos preposicionais.

Os verbos preposicionais, também chamados de two-word verbs, confundem porque a adição da preposição normalmente altera substancialmente o sentido original do verbo. Ex .: Go – Ir, Go off – Disparar (alarme) , Go over – Rever, verificar novamente ; Turn – Virar, girar, Turn on – Ligar, Turn off – Desligar, Turn down – Desprezar, recusar, Turn into – Transformar em ; Put – Colocar, botar, Put off – Adiar, Put on – Vestir, botar, Put out – Apagar (fogo) , Put away – Guardar, Put up with – Tolerar.

Make sure you understand the words of connection.

Procure conhecer bem as prncipais palavras de conexão.

Words of connection ou words of transition são conjunções, preposições, advérbios, etc, que servem para estabelecer uma relação lógica entre frases e ideias. Familiaridade com estas palavras é chave para o entendmento e a correta interpretação de textos.

Be careful with false cognates.

Cuidado com falsos cognatos.

Falsos cognatos, também chamados de falsos amigos, são palavtas normalmente derivadas do latim, que têm portanto a mesma origem e que aparecm em diferentes idiomas com ortografia semelhante, mas que ao longo dos tempos acabaram adquirindo significados diferentes.

Use intuition, don’t be afraid of guesswork, and don’t rely too much on the dictionary.

Use sua intuição, não tenha medo de advinhar, e não dependa muito do dicionário.

Para nós, brasileiros, a interpretação de textos é facilitada pela semelhança a nível de vocabulário, uma vez que o português pe uma língua latina e o inglês possui cerca de 50% de seu vocabulário proveniente do latim. É principalmente no vocabulário técnico e cientifico que aparecem as maiorias semelhanças entre as duas línguas, mas também no vocabulário cotidiano encontramos palavras que nos são familiares. Executando-se os falsos cognatos podemos confiar na semelhança.

Através de algumas estratégias de leitura, que propiciem a compreensão do texto de um modo geral e / ou de um modo mais detalhado. Poderá haver algum enfoque gramatical apenas quando, no texto, isso for considerado um auxilio rigorosamente indispensável, jamais, porém, um fim. Observando as estratégias, você finalmente concluirá que :

A compreensão do texto dispensa a tradução palavra por palavra ;

O uso excessivo do dicionário implica em perda de tempo ;

É necessário o uso constante de rarciocínio para analisar, deduzir e concluir satisfatoriamente.

Sempre que você for ler um texto instrumental, no caso um texto língua estrangeira deve :

Não usar o dicionário neste primeiro momento ;

Atenar para a apresentação visual do texto ;

Atentar para o título do texto (traduza-o se for preciso, pois há sempre uma correlação entre título e assunto do texto) ;

Fazer um “brainstorm” do título (todos os possíveis assuntos que podem aparecer no texto) , utilizando o seu “previous knowledge” (o que você sabe sobre o assunto) ;

Fazer uma previsão dos possíveis assuntos a serem tratados no texto (“prediction”) ;

Ler o texto do começo ao fim, partindo do geral para o específico, atentando para :

– As palavras transparentes (“cognate words”) ;

– As palavras conhecidas (“palavras que você já sabe em inglês”) ;

Inferir as palavras apenas pelos seus contextos, sem a ajuda de um dicionário ;

Depois de ter lido todo o texto, você deve ler cada parágrafo novamente, atentando para o tópico frasal de cada parágrafo ;

Você deve usar o dicionário apenas para entender as palavras mais importantes de cada parágrafo ;

Níveis de Compreensão – Dependendo do objetivo da leitura, você deverá distinguir três níveis de compreensão :

General Comprehension : É obtida através de uma leitura rápida para se captar as informações genéricas do texto, ou seja, o que é de maior relevância para o texto ;

Main Points Comprehension : A leitura dos pontos principais exige que nos detenhamos com maior atenção na busca das informações principais do texto, observando cada parágrafo para identificar os dados específicos que mais interessam ao leitor ;

Detailed Comprehension : Este tipo de leitura é mais profundo que os anteriores. Exige a compreensão dos detalhes do texto e damanda, por isso, muito mais tempo. Deve ser cuidados, especialmente quando aplicada em instruções operacionais de quipamentos, experiências, etc… de modo que seu funcionamento seja preiso e seguro.

Estratégias de Leituras – Maior sucesso terá o leitor no estudo do texto se fizer uso de algumas estratégias de leitura, bem como todas as dicas que o próprio texto proporciona. Conheça a seguir alguns desses elementos.

Skimming : Estratégia que consiste em lançar os olhos rapidamente sobre o texto, numa breve leitura para captar o assunto geral apenas, se esse for o objetivo da leitura ;

Scanning : É uma estratégia de leitura não-linear em que o leitor busca objetivamente localizar as informações em que está interessado. Através do scanning o leitor é objetivo e seletivo e nem sempre precisa ler o texto todo. Ex .: A procura dos tipos de contágio da AIDS em um texto sobre a doença ;

Cognates : Muito comuns na língua inglesa, os cognatos são termos de procedência grega ou latina bastante parecidos com o Português tanto na forma escrita como no significado. Seria interessante o leitor notar que os cognatos podem ser :

– Idênticos : Radio, piano, hospital, nuclear, social, etc…

– Bastante Parecidos : Gasoline, inflation, intelligent, population, history, etc…

– Vagamente Parecidos : Ellectricity, responsible, infalible, explain, activity, etc…

Repeated Words : Quando certas palavras se repetem várias vezes no texto, mesmo com formas diferentes (ex .: socialism, social, socialist, socialize…) , normalmente são importantes para a compreensão. As palavras repetidas aparecem especialmente na forma de verbos, substantivos e adjetivos e nem sempre são cognatas ;

Typography : As marcas tipográficas são elementos, que, no texto, transmitem informações nem sempre representadas por palavras. Reconhecê-las é um auxílio bastante útil à leitura ;

Key Words : As palavras-chave são aquelas que estão mais de perto associadas especificamente ao assunto do texto, podendo aparecer repetidas e algumas vezes na forma de sinônimos. A identificação das key words através do skimming leva-nos a ter uma visão geral do texto ;

Prediction : É a atividade pela qual o aluno é levado a predizer, inferir o conteúdo de um texto através do título ou de outros elementos tipográficos, como ilustrações, por exemplo. Sendo uma atividade do tipo pré-leitura, a prediction contribui para estimular o interesse e a curiosidade do aluno pelo conteúdo de um texto que o tópico sugere. Quanto mais cultura geral (background knowledge) tiver o leitor, mais fácil será a sua predction.

Nominal Groups : Grupos nominais são expressões de caráter nominal em que prevalecem os substantivos e adjetivos, cuja ordem na frase ordinariamente não corresponde ao português. Observe o exemplo a seguir e note que a disposição das palavras na tradução não é correspondente ao inglês : South American Societies, Brazil’s high cost of living – Sociedades da América do Sul, o alto custo de vida do Brasil. Sempre existe no grupo nominal uma palavra mais importante (headword) , que normalmente é um substantivo.

Contextual Reference : Normalmente existem no texto elementos de referência que são usados para evitar repetições e para interligar as sentenças, tornando a leitura mais compreensível e fluente. Esses elementos aparecem na forma de pronomes diversos :

– Pessoais : He, she, it, they, etc…

– Demonstrativos : This, that, those, such

– Relativos : Who, whom, whose, that, which…

– Adjetivos Possessivos : His, her, our…

2. A IMPORTÂNCIA DO CONTEXTO

O estudo da gramática será abordado como suporte para uma melhor compreensão de textos. Tal visão nos possibilitará desvendar o rico e inesgotável mundo das palavras, entendendo assim, os significados e funções que estas assumem a partir do contexto no qual são empregadas. Ao se considerar o contexto, temos a possibilidade de em muitos casos poder esclarecer ou pelo menos sugerir os significados. Esta estratégia funcionará como ferramenta para uma sólida e verdadeiramente significativa ampliação no nosso vocabulário.

Utilizadas na comunicação de uma forma geral – propagandas, quadrinhos, textos jornalisticos – , as chamadas Figuras de Linguagem aparecem com uma frequência bem mais evidente na Literatura, pois elas são um recurso que consiste em apresentar uma ideia através de palavras que consigam um maior grau de expressividade, como se fosse uma mensagem a ser decifrada ao longo de um texto, seja ele uma simples frase, um período ou até um parágrafo inteiro.

Muito utilizada nas questões de vestibulares do Brasil, as Figuras de Linguagem são um interessante item a ser estudado com maiores detalhes, pois facilita a compreensão do texto literário, especialmente o Gênero Lírico, visto que a poesia faz uso abundante delas sejam quais forem os períodos literários, mas nunca esquecendo que elas também podem aparecer na Prosa, ou seja, no Gênero Narrativo (romance, conto, crônica, novela) .

Resumindo, as Figuras de Linguagem são uma forma de expressão que consiste no emprego de palavras em sentido figurado, isto é, em sentido diferente daquele em que convencionalmente são empregadas, utilizando a chamada linguagem conotativa, ou seja, possui uma significação mais ampla que a linguagem usada de form objetiva.

# Denotação

Palavra com significação restrita ;

Vocábulo com sentido comum, de fácil identificação, normalmente dicionarizado ;

Palavra utilizada de modo objetivo ;

Linguagem exata, precisa, sem ambiguidades ;

# Conotação

Palavra com significação ampla, criada pelo contexto ;

Vocábulo com sentidos que apresentem valores ideológicos, sociais, culturais, emotivos, etc. ;

Palavra usada de forma subjetiva, criativa, artistica ;

Linguagem expressiva, com muitos sentidos diferentes ;

Observação .: Pode ocorrer simutaneamente a utilização de mais de uma Figura de Linguagem em uma frase, oração ou período, o que não impede seu entendimento. Todavia, como se trata de uma linguagem de ordem conotativa pode ser normal o aparecimento de duas ou mais figuras de linguagem em determnado trecho a ser observado, sem prejuízo para a compreensão das mesmas.

1. PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM

‘ ALITERAÇÃO : Apresenta repetições de sons consonantais mais comuns em versos, mas podendo também aparecer na prosa, embora tal fato seja raro.

– Ex .: […] Ficou esperando passarem assim por perto. Parada, pregada como as pedras de um porto. – (Rubem Braga) –

‘ ASSONÂNCIA : Tipo de figura que consiste em intensificar os sons vocálicos em determinados trechos de versos e estrofes na poesia, ou em frases ou períodos na prosa.

– Ex .: […] Falando no Centro Náutico Potengy aos aviadores do Jahu, Ivo Filho disse que estava diante do novo homem, do novo brasileiro. – (Câmara Cascudo) –

‘ ANÁFORA : Figura de Linguagem mais comum na poesia, ele se propõe a repetir uma ou mais palavras no início de diferentes versos ou frases, no caso da prosa.

– Ex .: […] E deixavam-me ver a nossa casa, a nossa família, as nossas festas. – (Machado de Assis) –

‘ ANTÍTESE : Consiste em colocar lado a lado termos opostos, mas sem uni-las em torno de uma ideia mais ampla. A Antítese é muito confundida com outra figura de linguagem, o Paradoxo, mas perceba como a Antítese apenas apresenta um contraste entre elementos, no entanto sem uni-los.

– Ex .: […] Olhávamos um para o outro, com as mãos seguras, falando de tudo e de nada, como dois namorados. – (Machado de Assis) –

‘ ASSÍNDETO : Figura que consiste na ausência de conjunções – normalmente, as aditivas – entre palavras da frase ou entre períodos. É o oposto de outra figura de linguagem, o Polissíndeto.

– Ex .: Embora quisesse, desejasse, sonhasse, ele se apressou ; e sumiu. – (Fernando Sabino) –

‘ CATACRESE : É uma figura que indica o uso impróprio de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão aquilo a que se refere, mas é aceita por não haver uma palavra mais apropriada ou por alguma palavra não se de uso comum. Também é tida como um tipo de “metáfora desgastada” visto que seu uso passou a integrar o vocabulário cotidiano.

– Ex .: Ele colocou dois dentes de alho na comida.

‘ HIPÉRBOLE : Consiste em expressar uma ideia com exagero proposital bastante evidente, atribuindo à situação empregada uma intensidade fora do normal.

– Ex .: Rios te correrão dos olhos, se chorares. Nuvens se tornarão mares, se notares. – (Olavo Bilac) –

‘ EUFEMISMO : Consiste no emprego de uma palavra ou expressão no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagradável ou chocante para o interlocutor.

– Ex .: Faria o mesmo mil vezes se fosse necessário para conquistar seu amor de uma vez por todas. – (Marcos Rey)

‘ METÁFORA : É o emprego de uma palavra ou expressão com o significado de outra em vista de uma relação de semelhança entre ambas. É uma comparação que fica subentendida, ou seja, é sempre subjetiva, bem diferente da comparação convencional (como, igual a, similar a, como se, tal qual) . A metáfora possui um uso bem amplo e, em muitas ocasiões, pode expressar uma situação que apresenta uma carga simbólica muito forte.

– Ex .: Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa. – (C. Drummond)

Com o passar do tempo, algumas metáforas podem se desgastar pelo uso frequente e acabam se tornando uma expressão tão repetida e vulgarizada a que pode ser dada o nome de “clichê” .

– Ex .: Aquele menino é um porco. (porco = sujeira)

‘ METONÍMIA : É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Esta é uma Figura de Linguagem que consegue uma grande variação no seu uso e ocorre em muitos casos devido a uma relação lógica de significado entre dois termos.

O Autor pela Obra – Ex .: Eles detestam ler Paulo Coelho. (os livros do autor Paulo Coelho)

A Causa pelo Efeito – Ex .: Ela diz que é alérgica ao cigarro. (o cigarro é a causa e a fumaça é o efeito. Pode-se ser alérgico à fumaça do cigarro, mas não a ele em si.)

O Continente (o que está fora) pelo Conteúdo – Ex .: A pessoa acabou bebendo um grande copo d’água devido à intensa sede. (o copo, sólido, representa a bebida, que é líquida)

A Marca pelo Produto – Ex .: Aquele jovem só gosta de Danone na hora do lanche. (danone = iogurte)

A Parte pelo Todo – Ex .: Não havia uma alma na praça. (alma = pessoa)

O Singular pelo Plural – Ex .: O brasileiro é um apaixonado pelo futebol. (brasileiro = os brasileiros)

‘ ONOMATOPÉIA : Representa um conjunto de fonemas usado para se aproximar de determinados sons ou ruídos, sejam eles humanos, animais ou de máquinas. Esses fonemas acabam se tornando palavras chamadas de “onomatopaicas” (como miau, tique-taque, zum-zum). Muitas vezes também a Onomatopeia acaba se confundindo com a Aliteração caso apareça em ênfase na sua repetição.

– Ex .: Blem… Blem… Blem… Cantam os chocalhos dos tristes bodes patriarcais. – (Ascenso Ferreira)

‘ PARADOXO (OU OXÍMORO) : É a figura de linguagem que consiste no emprego de palavras que, embora opostas quanto ao sentido, se fundem em um enunciado, uma ideia.

– Ex .: É um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. –  (Luis de Camões)

‘ POLISSÍNDETO : Repetição intencional de conjunções, muitas vezes relacionando o sentido das palavras ou orações de um período.

– Ex .: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. – (Aluísio Azevedo)

‘ PROSOPOPEIA (OU PERSONIFCAÇÃO) : Consiste em atribuir linguagem, sentimentos e ações próprios dos seres humanos a seres inanimados ou irracionais. Foi muito utilizada pelos autores na narrativa fantástica, além de ser muito utilizada na poesia.

– Ex .: […] Enquanto esta palavra me batia no ouvido, devolvia eu os olhos, ao longe, no horizonte misterioso. – (M. de Assis)

‘ SINESTESIA : É uma figura que resulta da junção de sensações humanas diferentes, utilizando para isto uma mistura dos sentidos humanos (olfato, audição, tato, paladas e visão).

– Ex .: Os olhos quentes daquela mulher me esperavam naquela noite. – (Aluísio Azevedo)

‘ HIPÉRBATO : Trata-se de uma inversão na ordem normal das palavras na oração ou da ordem das orações no período.

– Ex .: Estavam aqui, à espera do encontro, as gentis meninas. – (J. de Alencar) – “As gentis meninas estavam aqui à espera do encontro.”

‘ GRADAÇÃO : Indica uma sequência de palavras cujo significado vai sendo intensificado ou tornando-se mais fraco gradativamente.

– Ex .: De repente, um risco no céu, depois outros, milhares de riscos juntos. – (Graciliano Ramos)

‘ SILEPSE : Ocorre quando a concordância das palavras é feitas de acord com o sentido e não segundo as regras gramaticais da sintaxe, existindo três tipos de Elipse.

Silepse de Gênero – Ocorre quando a concordância é feita com o gênero da pessoa a qual um pronome se refere. – Ex .: Vossa Senhoria foi indicado para o conselho educacional.

Silepse de Número – Normalmente, esta figura ocorre trocando-se a concordância do singular pela do plural a partir da observação dos verbos. – Ex .: A multidão ficou ansiosa e saíram correndo para fora.

Silepse de Pessoa – Geralmente, seu uso está ligado a um falante em primeira pessoa que se inclui em um discurso em terceira pessoa. – Ex .: Os brasileiros somos pessoas dedicadas e honestas.

‘ ANTONOMÁSIA : É caracterizada pela substituição de um nome por outra expressão ou palavra que lembre alguma característica ou fato que, de alguma forma, venha a identificá-lo.

– Ex .: O rei do baião completaria em 2013 exatamente um século. –  (Jornal Diário de Pernambuco)

‘ ANADIPLOSE : Consiste em recuperar a palavra final de um verso no início do verso seguinte. Também é usado na prosa, mas de forma bem rara.

– Ex .: Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel […] . – (José de Alencar)

– Argumentação –

Publicado: agosto 23, 2012 por ' Carolina Araújo em ' Linguagens, Códigos E Suas Tecnologias E Redação, Redação

Normalmente, pensa-se que comunicar é simplesmente transmitir informações. A teoria da comunicação diz que, para haver um ato comunicativo, é preciso que seis fatores intervenham : o emissor, o receptor, a mensagem, o canal, o referente, o código. No entanto, simplifica ela excessivamente o ato de comunicação, pois concebe o emissor e o receptor pura e simplesmente como pólos neutros que devem produzir, receber e compreender a mensagem.

As coisas são mais complicadas no ato comunicativo. Há uma diferença bem marcada entre a comunicação recebida e a comunicação assumida. Como comunicar é agir sobre o outro, quando se comunica não se visa somente a que o receptor receba e compreenda a mensagem, mas também a que aceite, ou seja, a que creia nela e a que faça o que nela se propõe. Comunicar não é, pois, somente, um fazer saber mas também um fazer crer ou um fazer. A aceitação depende de uma série de fatores : emoções, sentimentos, valores, ideologia, visão de mundo, convicções políticas, etc.

A persuasão é então o ato de levar o outro a aceitar o que está sendo dito, pois só quando ele o fizer a comunicação será eficaz. Enfim, todo texto é argumentativo, porque todos são, de certa maneira, persuasivos. E nisso, existem inúmeros recursos linguísticos usados com a finalidade de convencer.

Desde há muito tempo, a comunicação sempre foi uma necessidade do homem, seja para trocar ideias ou experiências com outros membros do seu grupo. O homem quando faz parte de uma sociedade, vai construindo uma cultura própria que é passada de geração a geração. Toda atividade humana depende de alguma forma de comunicação. Por isso, é tão importante a função da comunicação no mundo moderno.

Mesmo sendo predominante a ideia de comunicação verbal, falada ou escrita, existem, entretanto, outros meios de comunicação, como os gestos, imagens, sons, artes e até o sinal do computador, que constituem formas de comunicação não verbal. Porém, o meio mais eficiente de que dispõe é a linguagem.

1. LINGUAGEM

É a capacidade do homem de comunicar-se por meio de uma língua. É também, qualquer sistema de signos simbólicos empregados na intercomunicação social com o objetivo de expressar e comunicar ideias e sentimentos. Para alguns estudiosos, a linguagem é usada para designar todo sistema de sinais que serve de meio de comunicação entre os indivíduos.

A linguagem humana articulada se realiza de maneira concreta por meio de formas especificas chamadas atos linguísticos, que se organizam em sistemas denominados tradicionalmente línguas. Sendo assim, em virtude da modernidade, outros fatores, como o modo de andar, sentar, falar, a maneira de se vestir, o comportamento social vêm sendo observados como formas de comunicação entre as pessoas.

2. LÍNGUA

A língua é uma instituição social, pertence a todos os indivíduos da mesma comunidade ; apresenta caráter abstrato, por ser um código, um sistema de signos, no entanto, concretiza-se por meio de atos de fala. Fala é a realização concreta de uma língua.

2.1 Sígno Linguístico

É um elemento que apresenta significante e significado. Quando ouvimos a palavra livro, reconhecemos os sons que o formam. Esses sons se identificam com a lembrança deles que está presente em nossa memória. Dessa forma, armazenamos em nosso cérebro a imagem sonora dessa palavra, que é o significante do signo livro. Ao ouvir essa palavra, pensamos logo num objeto que podemos ler, estudar e, através dele, podemos adquirir conhecimentos. Sabemos que é um conceito que não se atribui a qualquer objeto, é o significado do signo livro, e que por sua vez se encontra armazenado em nosso cérebro.

O signo livro, portanto, relaciona-se com dois aspectos de nossa memória : uma imagem acústica, que corresponde a uma sequência de sons (o significante) , e um conceito, um dado do conhecimento humano sobre o mundo (o significado) . As palavras escritas ou orais são significantes, e as ideas ou conceitos a elas relacionados são significados.

2.2 Discurso

É a língua no ato, na execução individual. É a forma concreta sob a qual se manifesta a língua. É o ato de utilização individual e concreto da língua no processo da linguagem. O processo de comunicação pode realizar-se pela linguagem oral ou pela escrita. Mesmo que a linguagem seja a mesma, a expresão escrita é diferente da oral.

Diferentemente da língua falada, a língua escrita é mais abstrata, mais refletida, requer mais elaboração quanto às regras gramaticais. Cada indivíduo, para se comunicar, utiliza o código linguístico da maneira que achar mais adequado, ou seja, de acordo com o contexto do qual faz parte.

Veja algumas características da Linguagem Oral e da Linguagem Escrita :

# Linguagem Oral

Repetição de palavras ;

Emprego de gírias, neologismos ;

Emprego restrito de certos tempos e aspectos verbais ;

Colocação pronominal livre ;

Frases feitas, chavões ;

Frases inacabadas ;

Formas contraídas, omissões de termos no interior das frases ;

Predomínio da coordenação ;

# Linguagem Escrita

Vocabulário variado ;

Emprego de termos técnicos ;

Emprego de subjuntivo, futuro do pretérito ;

Colocação pronominal de acordo com a gramática ;

Variedade na construção das frases bem construídas ;

Clareza na redação, sem omissões e ambiguidades ;

Emprego de coordenação e subordinação ;

3. VARIEDADES LINGUÍSTICAS

A língua, enquanto código ou sistema, permite uma variedade de usos, que podem ser adotados pelos falantes, em conformidade com as exigências situacionais da comunicação. Uma linguagem nunca é falada da mesma maneira pelos seus usuários, ela está sujeita a muitas variações, ou seja, o modo de falar de falante varia. Estas variações acontecem de época para época, de região para região, de grupo social para grupo social e tantas outras variedades existentes no português brasileiro.

A essa variedade, seja social ou individual, dá-se o nome de variantes linguísticas. As variantes linguísticas podem ser atribuídas a diversas influências : geográficas, sociais, etária, profissional, contextuais.

  • Soluções

Na natureza raramente encontramos substâncias puras. Tudo está formado por misturas entre dois ou mais elementos, essas misturas são denominadas: Soluções.

Essas soluções podem estar em diferentes estados físicos e podem ocorrer entre diferentes tipos de elementos em diferentes estados físicos, mas o que vamos abordar aqui serão as soluções aquosas (dissolvidas em água), soluções líquidas em si, soluções gasosas. Parece incomum pelos nomes, mas essas soluções estão presentes em muitos lugares no nosso dia a dia, como exemplo uma solução gasosa em um líquido é o refrigerante, dissolvendo Carbono (CO2) em estado gasoso no líquido. Outro exemplo é o soro fisiológico que tem em sua composição sal (NaCl), sacarose, mais conhecido como açucar, (C12H22O11) e a água (H2O). Tendo esses exemplos em vista podemos ver que não é tão complicado assim e que não é algo tão incomum o estudo da ciência química.

  • Tipos de soluçõesPara entender o estudo das soluções precisamos entender primeiro o conceito de soluto e de solvente, sendo o primeiro aquele que é dissolvido e o segundo o que dissolve, exemplo em uma solução aquosa de NaCl, sal é o soluto e água é o solvente. Agora vamos aos tipos de soluções que encontramos.
  1. Solução sólidaEssas soluções são denominadas ligas, tanto soluto quanto solvente encontram-se no estado sólido.

Exemplo:

Liga de bronze = ‘Soluto’ – Estanho (Sn) + ‘Solvente’ – Cobre (Cu)

ouro 18 quilates = ‘Soluto’ – Prata (Ag), Cobre (Cu) + ‘Solvente’ – Ouro (Au)

  1. Solução gasosaOs componentes dessa solução encontram-se no estado gasoso.

Exemplo:

A solução gasosa mais comum é o ar atmosférico composto de: nitrogênio (N2), oxigênio (O2), argônio (Ar) e gás Carbônico (CO2)

  1. Solução líquida

Nesses tipos de soluções, pelo menos um dos componentes deve estar no estado líquido. Não exatamente uma solução líquida precisa ser um sólido dissolvido na água. Temos soluções formadas por gás e líquido onde a influência da pressão é essencial, ou seja, o gás é prensado contra o líquido em recipiente fechado, fazendo ‘unir-se’ com tal. Assim estabelece a Lei de Henry: a solubilidade de um gás em um líquido é diretamente proporcional á pressão do gás sobre o líquido. Um dos exemplos mais comuns é a garrafa de bebida (refrigerante), o gás é introduzido no líquido a uma pressão maior do que 1,0 atm.

  • Mas peraí, e a temperatura influencia né? Porque quando o refrigerante tá quente ele “estoura” na minha mão !Sim, temos a influência da temperatura também, onde diz-se que a solubilidade de um gás em um líquido é inversamente proporcional à temperatura, ou seja, quanto maior a temperatura, menor a solubilidade do gás.
  1. Soluções apenas de líquidos

No nosso cotidiano não é difícil encontrar essas soluções também. Estas tem o soluto e solvente em estado líquido.

Exemplo:

  • água oxigenada – é uma solução de peróxido de hidrogênio (H2O2) e água;

E enfim sobrou a mais encontrada, sólidos em líquidos.

Temos como solvente universal a água, mas porque isso? Será que ela dissolve QUALQUER COISA?

Não, ela não dissolve todos os elementos, mas a água dissolve a grande maioria dos elementos sejam orgânicos ou inorgânicos e por essa razão tem o principio de solvente universal.

Aaaaaaah, está tudo bom, tudo muito bonito, mas chega uma hora que tem de entrar os malditos números, né?

Então, vamos a eles antes que eles venham a nós.

  • Solubilidade

Montando uma solução você percebe que o soluto dissolve inteiramente no solvente caso esteja em boa dosagem, mas caso contrário fica o resto do soluto no fundo do recipiente usado para montar a solução. Então, estudaremos o porque disso.

Bem, vocês entendem que quanto mais suco você botar na água mais vai ficar la no fundo, né? Mas também, mais forte vai ficar o suco.

Logo, quanto mais soluto, mais concentrada a solução e quanto mais soluto em excesso mais corpo de fundo se forma no fundo do recipiente.

Agora você também entende que ao dissolver 300mg de suco em água e dissolver em outro recipiente 300mg de açucar um pode formar corpo de fundo e o outro não, como um pode ficar “forte” e o outro não.

Logo, Substâncias diferentes se dissolvem em quantidades diferentes, numa mesma quantidade de solvente.

Vamos a um exemplo:

você tem 50 g de NaCl (sal) e joga em 100mL de H2O à 20°C = 14g de corpo de chão, ou seja, ficam 14g do NaCl no fundo do copo.

Coeficiente de solubilidade do NaCl em 100mL de água à 20 °C é 50 – 14 = 36g

Ou seja, se adicionado mais de 36, o que passar de 36 é o corpo de fundo. Entendemos assim que uma solução que tem quantidade de soluto inferior ao coeficiente de solubilidade é denominada solução não-saturada ou insaturada. E a que tem exatamente o coeficiente é a solução saturada. Logo a que excede é a supersaturada.

Nas soluções descendo a temperatura teremos a cristalização de certos gramas de soluto. Mas falaremos isso no próximo post. Gráficos de solubilidade e Aspectos quantitativos da solução.